Na pandemia, consumidor paga mais por plano de saúde e operadoras têm lucro recorde

Reajustes fazem conveniados pagarem até 49% a mais, enquanto planos de saúde faturam como nunca

Se você tem plano de saúde, já deve ter sentido como ele tem pesado no seu orçamento. O Reclame AQUI Notícias mostrou no início do ano como muitos conveniados poderiam ter que pagar dois reajustes em 2021, devido à suspensão dos aumentos estipulada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) em 2020, em razão da pandemia. 

Por conta disso, hoje a cobrança do plano de saúde pesa de 12% a 49% a mais para o consumidor, a depender da modalidade de contrato. As operadoras alegam que os reajustes precisavam acontecer, principalmente para manter financeiramente viáveis as pequenas e médias empresas do setor. 

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) diz que esses negócios podem quebrar, porque o primeiro trimestre de 2021 vai trazer os maiores gastos da história da saúde suplementar. O órgão afirma que os custos com a segunda onda da covid-19 são muito maiores do que durante a primeira e os planos também viram um crescimento de procedimentos que haviam sido adiados em 2020. As despesas também teriam subido como consequência do preço do dólar, que impulsionou a inflação médica.

Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) diz que os reajustes aplicados desde janeiro deste ano não estão relacionados à pandemia, o que contradiz parte das justificativas da Abramge. A entidade afirma que os reajustes de 2021 são a recomposição de custos de procedimentos ocorridos entre 2018 e 2019. 

Dá pra acreditar?

Mesmo com todas as dificuldades reportadas pelos órgãos que representam as empresas do setor, outras informações parecem indicar que o cenário não é de prejuízo. De acordo com uma pesquisa feita pela Classificadora de Risco Austin Rating, no primeiro trimestre de 2020 as empresas de plano de saúde diminuíram custos em 3,6%, enquanto seus lucros líquidos aumentaram em 72,4%, se comparado ao mesmo período de 2019.

O mesmo levantamento mostra ainda que, de 2019 para 2020, as receitas das operadoras superaram R$ 180,503 bilhões. A avaliação feita pela classificadora é de que os planos de saúde com certeza repassaram os custos com a pandemia para seus conveniados, resultando nos aumentos ainda mais robustos que ocorrem em 2021.

Diante de tudo isso, o consumidor já usa o Reclame AQUI para mostrar sua insatisfação em relação aos serviços prestados pelos planos, em comparação com os reajustes praticados. Um usuário diz que: “No dia 16/4/21, liguei por duas tentativas no telefone da central [...] para entender o porquê do reajuste de mais de 100 porcento do meu plano de saúde. Fiquei mais de 20 minutos ouvindo blábláblá de voz eletrônica sem que respondessem a minha solicitação de informação.”

Outro conveniado relata: “Meus avós pagam R$ 5.800 no plano de saúde [...], e meu avô foi colocado em um quarto dividido com outra pessoa, e simplesmente ninguém resolve ou dá retorno sobre o quarto PARTICULAR que ele tem DIREITO. Além disso, nestes quase 6 mil reais mensais que eles têm que pagar de plano, para conseguir um fisioterapeuta para meu avô foi impossível, e ainda limitaram a UM MÊS de fisio, zero benefícios em farmácias [...]”. 

Por isso, fique atento aos valores cobrados em sua fatura. Achou algum custo abusivo? Achou o atendimento discrepante com o preço pago? Mostre sua insatisfação no Reclame AQUI.

Com informações do Correio Braziliense

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