Sobram queixas contra os Correios. Confira seus direitos

Maior termômetro de reputação das empresas, internet está repleta de reclamações contra os Correios. Os internautas se queixam de atrasos, extravios e avarias nos produtos. Somente o Reclame AQUI já registrou até agosto deste ano 13.984 queixas. A soma anual está perto de ultrapassar as 14.644 reclamações feitas em 2013. Em 2012, foram 8.110.
 
As pessoas estão insatisfeitas sobretudo com os serviços de entregas internacionais. Não faltam histórias para contar sobre produtos que demoraram meses para chegar ou se perderam no meio do caminho depois de aportarem no Brasil. Indignados, os internautas criaram uma página no Facebook, chamada Correios 100% Reclamação, somente para compartilhar os casos negativos. São várias queixas que chegam por lá diariamente. Mas o que está acontecendo com os Correios?
 
E você, está com problemas com os Correios? Reclame AQUI!
 
A empresa, que nasceu em 1663, tem reserva nacional de mercado nos serviços de carta, telegrama e correspondência agrupada (reunião, em volume, de objetos da mesma ou de diversas naturezas, quando, pelo menos, um deles for sujeito ao monopólio postal). Na composição do seu faturamento, 54,3% da receita vem desses três serviços exclusivos.
 
Além disso, os Correios são responsáveis pela entrega de 75% das encomendas internacionais no Brasil, sendo o principal operador logístico do País. Nos últimos anos, registraram um aumento de 389% no volume das encomendas internacionais. Segundo a empresa, somente em 2013 o crescimento geral dos serviços mais direcionados ao e-commerce foi em torno de 65%. Questionada, a empresa não informou à reportagem o atual índice de atrasos e extravios.
 

Empresa podia aumentar mão de obra

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE) reclama da sobrecarga de trabalho e da resistência da empresa em lançar um novo concurso público. “Eles terminam contratando mão de obra terceirizada, que não tem planos dentro da empresa e atua com um nível menor de instrução. É preciso investir no funcionário”, reivindica o secretário de imprensa e divulgação do Sintect-PE, Luciano Batista.
 

"Há dois anos, os Correios têm dado trabalho"

Um dos que têm uma história curiosa para contar é o músico Giovanni Papaleo. Fã de discos e livros, há 15 anos ele costuma fazer compras internacionais, mas diz que há dois anos os Correios têm dado bastante trabalho. Papaleo já chegou a esperar quatro meses por uma entrega, sem contar as vezes em que recebeu produtos amassados e com poeira, sinal do tempo de espera. Ele lamenta também a recente ampliação das restrições de vendas para brasileiros em muitos sites. E observa que a maioria dos problemas acontece com os produtos de maior valor.
 
Em agosto, o baterista fez uma compra internacional pela internet e, ao rastreá-la, teve a desagradável surpresa de descobrir que os Correios fizeram a entrega na caixa postal de uma ONG. “A organização diz não ter controle dessas entregas e os Correios alegam não saber o que aconteceu. Até agora não me falaram de nenhum registro de entrega da encomenda ou para onde ela foi”, reclama. Em comunicado, os Correios se comprometeram a averiguar a situação e entrar em contato com o cliente.
 

Receita Federal

As remessas chegam ao Brasil numa central dos Correios e seguem em trânsito para os três centros de tratamento de remessas internacionais: Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. A distribuição, então, é feita baseada no tipo de encomenda. Todas passam por raio X, em que é feita a triagem para fiscalização da Receita Federal e os encaminhamentos aos órgãos anuentes (Anvisa, Vigiagro, Exército, etc.), além da separação das encomendas imunes a impostos, como livros e periódicos. Todo esse processo pode estender ainda mais o tempo de espera do consumidor.
 
Quem quer mais segurança na encomenda pode contratar, no ato da compra, um serviço de entrega particular, como UPS e Fedex, por exemplo. Mas será taxado por isso. Papaleo inclusive chama atenção para o fato de, ao contratar esse tipo de entrega, já ter sido taxado na compra de livros.
 
Segundo a Receita, o tempo médio desde a chegada da remessa no Brasil até a sua entrega ao destinatário em 2013 foi de 13 dias, considerando todas as fases do processo, com a ação de todos os intervenientes. O órgão lembra que, em alguns períodos, a demanda costuma aumentar, causando um impacto significativo no tratamento e na distribuição das encomendas.
 
Clique na imagem acima para ampliar o infográfico e confira o que fazer em caso de problemas com os Correios. Aprenda também como funciona a taxação de produtos importados:
 
Fonte: Jornal do Commercio
 
 
Veja também:

Faça um comentário