Quase 220 mil reclamações de consumidores cansados de esperar por atendimento

Levantamento Reclame AQUI considerou período de janeiro a outubro e aumento em 2019 foi de 24,3%

Reclame AQUI

“Estou farta de esperar”. Foi o que escreveu uma consumidora de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, na sua reclamação no Reclame AQUI. Ela efetuou uma compra dia 11 de agosto, mas cancelou no mesmo dia e aguarda até a data da queixa, 18 de novembro, o estorno do produto. São mais de três meses de espera.

Em um levantamento inédito, o Reclame Aqui recebeu 218.715 queixas de janeiro a outubro de consumidores que não conseguem resposta das empresas após comprarem um produto ou contratar um serviço. Isso é um aumento de 24,3% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado (175.862 reclamações)

O estudo, feito a pedido do site 6 minutos, leva em conta termos que as pessoas escrevem nas queixas como “não consigo contato”, “não responde”, “não atende telefone”, “ninguém responde”, “ninguém me atende”, “sem resposta”, “fui ignorado”, “estou sendo ignorado” e “me ignoraram”.

O consumidor cansa

Em entrevista ao 6 Minutos, o diretor de operações do Reclame AQUI, Felipe Paniago, disse que isso acontece com muitos consumidores. “Fica parecendo, para eles, que a empresa faz isso de propósito, para bloquear as reclamações”, diz Paniago. “O consumidor cansa e resolve deixar tudo para lá”, afirma.

O que diz a lei

De acordo com o decreto 6.523/2008 - Lei do SAC - as empresas como companhias aéreas, terrestres, de telefonia fixa e celular, bancos e financeiras, seguradoras, de TV por assinatura, planos de saúde e companhias de energia elétrica e de água são obrigadas a ter um SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) gratuito com funcionamento 24 horas por dia.

“Mas a lei só funciona se o cidadão reclamar. Se não houver queixa, não tem multa, não tem nada”, diz Paniago, também ao 6 Minutos.

De acordo com a reportagem, o decreto não abrange, porém, empresas de todos os segmentos: empresas de varejo, como supermercados, lojas de roupas, alimentos, calçados, provedores de internet, materiais de construção e até operadoras de cartão de créditos emitidos por redes de lojas estão fora dessa regra. “As empresas precisam entender que esse é um comportamento que precisa mudar. Investir em um bom atendimento no pós-venda é mais barato que fazer propaganda e gera um boca-a-boca positivo muito valioso”, explica Paniago.

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