Pesquisa Reclame AQUI: Maioria dos brasileiros ainda não investe seu dinheiro

Receio de arriscar é um dos fatores que pesam na decisão, mas momento de crise econômica deixa consumidor sem renda

Reclame AQUI

A quantidade de informações sobre como investir cresceu nos últimos tempos. Além disso, se tornou muito mais fácil aplicar o próprio dinheiro com o surgimento de consultorias especializadas e apps que simplificam o processo. Mas mesmo assim, a maioria dos brasileiros continua não investindo. É o que mostra a mais recente pesquisa do Instituto Reclame AQUI, aplicada entre os dias 07 e 12 de julho, com 10.095 visitantes do site do Reclame AQUI.

Segundo o levantamento, 71,8% das pessoas que responderam a pesquisa não investem. Em geral, isso se deve ao perfil mais conservador do consumidor, que fica com receio de prejuízos. 33,3% dos entrevistados, por exemplo, disseram que não aplicam dinheiro porque não gostam de arriscar; já outros 9% responderam que têm medo de perder dinheiro. Falta de conhecimento é apontado como motivo para não investir por 17,1%. 

Porém, o que pesa mais na decisão parecem ser os constantes apertos financeiros vividos pelos brasileiros. A crise econômica atual, como consequência da pandemia, é certamente um agravante que impede que sobre dinheiro no bolso. Por isso, 40,5% dos respondentes disseram que não investem por não ter dinheiro suficiente. 

Jovens mais preocupados com futuro

Claro que também há aqueles que decidem fazer aplicações. A pesquisa mostrou que 28,2% dos entrevistados investem seu dinheiro, e isso pode estar associado ao desejo dos mais jovens de garantirem um futuro com mais estabilidade: 41,7% desses investidores têm entre 18 e 30 anos, e 22,3% estão na faixa dos 30 a 40 anos.

Como motivo para esta prática, 40% dizem buscar independência financeira e 16,2% querem garantir o futuro. Além disso, como este grupo que realiza investimentos costuma ser mais bem informado, 15,1% dizem que fazem isso porque o dinheiro rende mais do que na poupança.

Para o CMO do Reclame AQUI, Felipe Paniago, é perceptível que o acesso a orientações pode fazer com que mais pessoas se interessem em realizar investimentos. 

“Mesmo com tantas opções de investimentos – alguns com baixou ou alto risco e mais possibilidades de retorno - e informações disponíveis, o assunto é incomum para muitos brasileiros. Porém, já se vê um interesse de mercado bem grande por investimentos, um movimento maior entre pessoas de 18 e 30 anos, o que reflete mais interesse em buscar independência financeira e em sair de investimentos tradicionais como a poupança, por exemplo. Para as empresas (corretoras e bancos) a pesquisa mostra que é preciso um trabalho ainda maior de informação e esclarecimentos para que seja mais acessível ainda.  Tanto os bancos quanto as corretoras criaram um novo tipo de profissional que são os assessores de investimento. Eles ajudam novos investidores a escolherem os investimentos mais adequados ao momento econômico e seu perfil (moderado, arrojado...). Mas é claro que um cenário econômico mais favorável vai ajudar novos brasileiros a iniciarem a prática de investimentos”, analisa Paniago.

Informação é poder

Justamente a maior disponibilidade de conhecimento sobre o assunto foi um motivador para muita gente. 83% daqueles que fazem investimentos disseram que começaram por conta própria, e 75,6% também responderam que se sentem seguros para fazer aplicações mesmo no cenário atual de crise econômica. Já a forma pela qual são feitos os investimentos é bem dividida: 52,1% aplicam seu dinheiro por meio do banco no qual são clientes; já 47,9% costumam investir em corretoras.

Leia tudo sobre

Bancos Comportamento Economia

Faça um comentário