Pesquisa Reclame AQUI: lojas virtuais que importam da China caem no gosto do brasileiro

Muitos consumidores buscam esses sites por preços mais baixos, mas acham que prazo de entrega poderia melhorar

Reclame AQUI

A possibilidade de comprar uma grande variedade de produtos, principalmente eletrônicos, por um valor mais acessível, tem atraído o consumidor brasileiro para os grandes e-commerces chineses. É o que mostra a mais recente pesquisa do Instituto Reclame AQUI, realizada com 24.305 visitantes do site entre os dias 23 e 25 de agosto de 2021.

Edu Neves, CEO do Reclame AQUI, destaca o quadro revelado pelo levantamento: "Os marketplaces chineses entraram definitivamente na rotina de compra dos brasileiros. Mais da metade dos consumidores pesquisados mostra que já tem o hábito de comprar.” 

De acordo com a pesquisa, 56,5% dos respondentes dizem que já compraram nesses sites que importam da China. E o que motiva a compra para 54,7% destes é o fato dos produtos serem mais baratos. Já 18,6% preferem essas lojas virtuais porque encontram produtos que não acham em sites do Brasil. 

Como as pessoas compram?

Em relação aos hábitos de consumo, os entrevistados indicaram que os 3 sites em que mais compram são: AliExpress, Shopee e Shein. No entanto, a frequência de compra nesses sites chineses não é tão alta: 18,8% compram pelo menos uma vez no mês; 21,8% uma vez a cada 3 meses; e 23,6% visitam esses e-commerces uma vez no ano para comprar.

O fator “preço baixo” como motivador fica mais evidente ao vermos que  38,5% afirmaram que o valor das compras, em 2021, chegou até R$ 150. Já 26,5% dizem que gastaram no ano entre R$ 150 e R$ 300. Quando questionados sobre os produtos que costumam comprar, eletrônicos e acessórios (fones de ouvido, sound bars, TV sticks, placas gráficas) lideram as preferência, com 21,1%. Roupas são adquiridas por 18,1% dos respondentes e produtos de beleza (perfumes, maquiagem, etc.) por 11,1%.

O consumidor espera melhorias

Por outro lado, há ainda lacunas na relação com o cliente que essas lojas virtuais precisam suprir. Edu Neves aponta que “o desafio agora, do lado dos consumidores, é conseguir garantir cada vez mais confiança nesse tipo de compra, onde eles mostram certa maturidade, pois temem as questões de entrega e de garantia dos produtos. Do outro lado, é preciso que esses marketplaces tentem oferecer cada vez mais transparência, velocidade de entrega e qualidade na solução de conflitos.”

Isso se mostra em alguns números da pesquisa. Apesar do alto consumo, os participantes do levantamento acham que a experiência de compra ainda precisa melhorar em dois pontos: 55,1% apontam o prazo de entrega, e 26,3% o atendimento ao consumidor no pós-venda.

Diante desse cenário, Edu Neves ainda enfatiza: “Está claro que está estabelecida uma concorrência extremamente agressiva por preços, especialmente nas categorias de eletrônicos, vestuário e beleza, que são as preferidas pelos consumidores, onde os valores tornam as ofertas brasileiras muito mais altas. Isso faz com que o consumidor tope tomar o risco inerente de comprar diretamente da China.”

Quem não compra em sites chineses tem comportamento diferente

Mesmo com o sucesso dos e-commerces que importam da China, 43,5% responderam que nunca compraram nesses sites. Destes, 27,9% não se sentem seguros para fazer compras no exterior; 26,1% dizem não confiar nessas lojas virtuais; e 17,9% acham que as entregas demoram muito.

Quando questionados sobre o que seria preciso para que comprassem em sites chineses, 38% disseram que nada os convenceria. Já 23,8% poderiam comprar por indicação de pessoas conhecidas, e 23,2% se os prazos de entrega fossem mais curtos.

Desses que não consomem em sites chineses, 82,1% afirmam que compram em sites brasileiros e a preferência de compra é maior para eletrônicos e eletrodomésticos: 32,4%. Em geral, o comportamento de compra nas lojas virtuais nacionais difere bastante daqueles que compram em e-commerces da China. A frequência de consumo de 1 ou 2 vezes ao mês lidera, com 39,2% dos respondentes. Já 50,1% gastaram mais de R$800 só este ano. 

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