Pesquisa: pandemia ainda impacta consumo e 74,9% não vão comprar presentes de Natal

Levantamento mostra que crise financeira ainda deixa consumidor cauteloso e com receio de se endividar

Reclame AQUI

Depois da turbulência de 2020, esperava-se que tudo se normalizasse aos poucos, principalmente após o início da vacinação contra covid-19. Mas 2021 chegou: a pandemia continuou e a crise econômica se intensificou, continuando a pressionar as decisões de compra do consumidor. Para o Natal deste ano, esse cenário se reforça mais uma vez: de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Reclame AQUI com 12.040 visitantes do site do Reclame AQUI entre os dias 13 e 14 de dezembro de 2021, a maioria das pessoas não pretende comprar presentes.

Manteve-se a tendência iniciada na pandemia, no ano passado: em 2021, 25,1% pretendem comprar (eram 23,5% em 2020) e 74,9% dizem que não vão comprar (eram 76,5% em 2020). Os problemas financeiros pesam nessa decisão: daqueles que não vão presentear, 32,8% dizem não ter dinheiro; 18,2% estão achando tudo muito caro; e 16,4% estão endividados. É importante ressaltar que, desse grupo que não vai comprar presentes, 67,4% também não o fizeram no ano passado, o que mostra que boa parte dos consumidores continua resistindo a essas despesas.

Consumidores que foram às compras gastam mais

Entre aqueles poucos que afirmam que vão presentear, 43,6% se adiantaram e já fizeram as compras de Natal. É curioso notar que nem sempre esses consumidores planejam as compras, pois, desse público, 58,4% não compraram com antecedência na Black Friday, mas 41,6% aproveitaram as promoções. Houve uma preferência por compras em lojas online (43,5%) e pela alternância entre online e físico (35,9%).

Já os produtos mais adquiridos também seguem a tendência do ano passado: roupas e calçados (33,4%), produtos de beleza/cosméticos (17,8%) e eletrônicos, como caixas de som, fones, home theater, etc. (11,4%). Em relação à quantia gasta, 43,9% despenderam até R$ 300. No outro extremo, 14,6% dizem que gastaram mais de R$ 2.000. Com o arrefecimento da pandemia e a possibilidade de encontrar mais pessoas no Natal, isso pode significar mais pessoas presenteadas. Portanto, 62,8% disseram que gastaram mais este ano do que em 2020, enquanto 37,2% afirmaram que gastaram menos.

Ainda assim, 68,8% responderam que a pandemia influenciou no valor do presente e no número de pessoas que vão receber presentes, o que pode indicar que os consumidores gostariam de poder comprar mais. Por outro lado, 31,2% afirmaram que a pandemia não influenciou nesses gastos. 

Há ainda a predominância do crédito como forma de pagamento (58,3%), em detrimento das compras à vista (41,7%). É possível também que as pessoas estejam guardando dinheiro para pagar dívidas ou outros propósitos: 69,4% disseram que não usaram parcelas do 13º para pagar as compras, enquanto 30,6% afirmaram que usaram o salário de fim de ano para esse propósito.

Atrasados nas compras apontam mesmas tendências

No entanto, ainda tem muita gente que vai deixar os presentes para a última hora: 56,4% ainda não foram às compras de Natal. Mas as intenções de consumo desses indivíduos são bastante parecidas com o comportamento de quem já adquiriu os presentes. Aqui, entre as pretensões de compra, predominam: roupas e calçados (36,9%), produtos de beleza/cosméticos (15,8%) e alimentos e bebidas (10,9%).

Já 55% dos respondentes estimam que vão gastar até R$ 300 com os presentes. No outro extremo, 10,5% pretendem despender entre R$ 1000 e R$ 2000. Quem ainda não comprou mantém, no entanto, um pouco mais de cautela: 58% querem gastar menos este ano do que em 2020, enquanto 42% desejam comprar mais. Neste cenário, 73% afirmam que a pandemia vai influenciar ainda nos gastos e na quantidade de presenteados, mostrando que o cenário econômico provocado pela crise sanitária pode ainda ter peso nessa decisão. Por outro lado, 27% dizem que a pandemia não vai interferir nas decisões de compra.

Os consumidores também pretendem alternar os locais de compra: 50,2% querem comprar tanto em lojas físicas quanto online. Há também maior intenção de usar o cartão de crédito (59,2%), em comparação às compras à vista (40,8%). Igualmente para a maioria desses consumidores, o 13º vai ter outro destino: 66,2% não pretendem gastar o salário com presentes, enquanto 33,8% dizem que vão usar o dinheiro de fim de ano para as compras. 

E no dia da ceia?

Em geral, como o consumidor pretende passar esse Natal, após quase 1 ano de vacinação? Muitos ainda dizem que vão ter cautela: 55,5% afirmam que, por precaução, vão passar a noite de ceia apenas com familiares próximos. Já 22,9% vão passar sozinhos, sem aglomeração com familiares. E 21,6% dizem que já tomaram as duas doses da vacina e não estão preocupados com aglomerações. 

Ainda que uma boa parcela diga que ainda pretende passar o Natal isolada, há uma mudança em relação ao ano anterior. Em 2020, 45% diziam que estariam apenas com familiares próximos, enquanto 37,4% pretendiam estar sozinhos. Isso mostra que a cautela persiste em 2021, mas o brasileiro já se encontra mais à vontade para aproveitar a ceia com mais pessoas.

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