O que você precisa saber antes de comprar em sites de produtos importados? O RA conta!

Antes de adicionar ao carrinho de compras, verifique se o produto será entregue por empresas nacionais ou se ele virá de outro país

Reclame AQUI

Com a proximidade da Black Friday, não são apenas o e-commerces nacionais que se agitam. Os sites que trabalham com produtos importados também. E é aí que você precisa ter atenção também e ficar por dentro de alguns detalhes antes de colocar produtos no carrinho e pagar. Sabe por quê? Porque você pode ter que pagar impostos de importação!

O Instituto Reclame AQUI, no mês de agosto, ouviu os consumidores sobre compras em sites chineses, que têm crescido cada vez mais no gosto dos brasileiros. E 56,5% dos consumidores que responderam à pesquisa, sim, já compraram ou compram de sites chineses. E o que motiva 54,7% dos consumidores é o fato de os produtos serem mais baratos. Já para 18,6% dos consumidores é encontrar produtos que não acha em sites do Brasil e para 13,6%, muitas promoções. Imagina na Black Friday!

Em sites de importados, não se aplica o CDC!

O alerta do CEO do Reclame AQUI, Edu Neves, é: “Cuidado com sites chineses, estrangeiros ou drop shipping (é aquele site que tem um intermediário brasileiro, mas você está comprando de uma empresa que não sabe de onde é)... isso é uma compra internacional, isso é uma importação direta e não cabe o Código de Defesa do Consumidor (CDC). É uma compra por sua conta e risco. As melhores são aquelas que querem resolver o problema do cliente porque ela quer manter você comprando. Mas quando acontece algo em sites desses, você não tem pra quem reclamar, porque ali é uma relação pura, sua com a marca”.

Outro cuidado recomendado por Neves é a respeito dos custos alfandegários para determinados tipos de produtos: robozinho de varrer casa, tablet, eletrônicos… a Receita Federal vai emitir uma DARF e vai mandar pra você.

“Se você não pagar, tem dois caminhos: pode recusar o produto e dizer que não encomendou ( e aí você vai criar um problema com o fornecedor) ou se você falar “este produto é meu”, a conta é sua e é preciso pagar o valor do imposto! Então muito cuidado com isso. Nem toda plataforma de compra internacional mostra qual pode ser o custo alfandegário ou avisa que pode ter esse custo. Alguns têm um seguro, mas é para o caso de danificar ou extraviar o produto, se acontecer algo, o seguro indeniza você”, destaca.

Por conta disso, antes de encher o carrinho de compras, leia algumas recomendações que o Reclame AQUI Notícias separou para evitar dores de cabeça.

Fique de olho

Ao acessar sites chineses ou grandes e-commerces que vendem mercadorias de muitos países, é preciso atenção ao selecionar e conferir se a compra está sendo feita de um site brasileiro ou não.

  • Se for um produto brasileiro, pesquise sobre a loja que o vende e quem faz a entrega. Claro, verifique o valor do frete e prazo de entrega
  • Caso não seja, fique esperto: para recebê-lo, quando ele entrar no Brasil, você poderá pagar impostos extras caso eles não tenham sido cobrados na hora do pagamento. É a taxa de importação!
  • Se mesmo assim você continuar, veja a política de troca e como funciona caso você precise trocar um produto que veio de outro país. Vai haver cobranças extras? Se sim, quem vai pagar?
  • Prazo de entrega: se esse produto vier de outro país, não vai chegar de um dia para o outro. Então peça um código de rastreamento e guarde todos os documentos de compra para estar bem protegido de seus direitos se for preciso reclamar por conta de atraso na entrega ou não recebimento.

Desafio para consumidores e empresas de e-commerce

Conforme a pesquisa do Instituto Reclame AQUI, apesar do alto consumo, os consumidores apontam que a experiência de compra ainda precisa melhorar em dois pontos: 55,1% apontam o prazo de entrega (que ainda assim não aparece como um impeditivo de compras para esses consumidores) e 26,3% o atendimento ao consumidor no pós-venda.

“Fica claro que está estabelecida uma concorrência extremamente agressiva por preços, especialmente nas categorias de eletrônicos, vestuário e beleza, que são as preferidas pelos consumidores, onde os valores tornam as ofertas brasileiras muito mais altas. Isso faz com que o consumidor tope tomar o risco inerente de comprar diretamente da China”, complementa Edu Neves.

Para o CEO do Reclame AQUI,o desafio agora dos consumidores, é conseguir garantir cada vez mais confiança nesse tipo de compra, onde eles mostram certa maturidade, pois temem as questões de entrega e de garantia dos produtos. Do outro lado, é preciso que esses marketplaces tentem oferecer cada vez mais transparência, velocidade de entrega e qualidade na solução de conflitos.

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